Sorte

Sorte que me foges como areia entre os dedos, e assim sucessivamente.
Será esta minha sorte na minha curta existência uma mão cheia de nada?! Qual será o dia em que minhas mão encontrarão algo que eu possa construir, moldar com criatividade ao ritmo da minha esperança, aonde cada dia surgirá uma esperança, mil visões surgirão até ao final.
Final que eu mesmo não o sei, irá sendo ao sabor da inspiração vinda do fundo da alma, do meu subconsciente, por isso nunca saberei o fim, apenas sei que surgirá algo diferente e invulgar para além da beleza que toda a arte tem.
Quando expor para quem quiser ver, admirar, ou criticar, o que não me interessa muito, o que realmente me interessa é que está ali pronta, será seguramente polémica como toda a boa arte, quando é algo diferente e inovador.
Será que estava escondido de mim próprio?! Até este momento! Será talvez a reposta que eu procuro em mim e no que me rodeia, em desorientação me meto por labirintos sem medo e assim cheguei a um sentido, só serei livre quando tiver orgulho de mim, então aí voarei alto como uma ave.

Carlos Ferrer
24/02/2008

Silêncio da noite

Esqueço-me que existo por pensar Nela, por vezes não queria estar com ela, para não a deixar depois.
A tua alma é grande para o teu pequeno corpo, e eu que vejo a tristeza dorida nos teus olhos, meus lábios secos pedem água para o alívio.
Vem a noite silenciosa, se a noite é escura assim também a minha alma. Sou uma criança perdida na imensa escuridão da noite, aonde acabo por adormecer só depois de procurar não sei bem o quê.
A noite faz-nos cair na realidade e há dor, raiva, compaixão… que acaba sempre da mesma forma… Só…
Desejar que adormeça…
Ai quando me beijas! Quando me beijas a tua boca sabe a mar, sabe a luar, quando a sinto, tua boca tocar nela é sentir amor e não pensar em nada…

Carlos Ferrer
14/11/2007