A tua humildade é mais bonita do que a tua voz!
A mim escolheste, não faço ideia o porquê!?
Sei que o teu coração é verdadeiro, herdaste do meu sangue, o que eu herdei do teu Avô. A humildade, a sensibilidade, o que te torna único, em tua maneira de ser, estar, e de cantar.
Sentes o que a tua voz diz!
Quando a soltas, quem não ficar inundado de paz, certamente não é gente!
Tenho medo, por existires, medo que não tenhas a sorte que mereces, medo porque a vida me ensinou, que pessoas como tu, não têm sorte na vida!
Neste mundo infelizmente é preciso ser-se, egoísta, arrogante, e a consciência está em vias de extinção.
Tu nada disto tens, por isso te amo e receio.
Seria um desgosto para mim, e para quem te quer bem, se te tornasses noutro ser, que não o teu!
És o filho que todo o pai quer, o amigo, colega, confesso-me a ti, ouvir-te, caminhar… tudo isso o fazemos sem razão.
Tua maneira de ser tem magia, encantas não só quem te ouve, mas também quem te olha e sente.
A riqueza que trazes contigo, desde que vieste ao mundo vai crescendo, e se acumula a cada dia que passa.
Nunca me tinhas dado um beijo ou um abraço, a não ser em criança. Até ao dia em que fizeste os teus dezasseis anos de idade.
Já o dia se despedia, quando senti baterem á minha porta repetidamente, uma voz dizia com alguma ansiedade e euforia (Pai, pai, sou eu!), abri a porta, e ali estava ele mais três colegas que com ele andavam a festejar o seu dia de anos.
Sua inocência se mostrou dizendo, (parabéns pai! Enquanto me dava a sua mão, (Faço anos!)
Dirigindo-se a mim timidamente, ainda hoje estou para me lembrar de como começaste a abraçar-me e me beijavas repetidamente.
Uma euforia, uma fome que qualquer espaço do meu corpo era aproveitado para me beijar!
De uma maneira literalmente cega, enquanto me confessavas o quanto me querias, repetidamente.
Dos teus olhos corriam lágrimas e mais lágrimas, até soluçares como uma criança que eras.
Eu te retribuía os beijos, os abraços, as lágrimas…
Teus amigos se deliciavam com que seus olhos viam, um quadro real e angélico, sem preço, sem igual.
Percebi que o amor não se compra ou se vende.
Apenas se sente!
Um quadro que perdurará para todo o sempre, a que lhe dei o nome,
(Sentir o Pai)
Carlos Ferrer 26/11/08. Coimbra.