Os meus Poemas

Hoje nasce mais um dia, sem sol, mas há um pouco de sol na minha alma, que me leva a sorrir pelo caminho.
Caminho que é o meu palco, canto, sonhos, que eu sei que são sonhos, mas vivos na sua totalidade, minha mente explode de vida. A minha magia é contagiosa, acenos de simpatia chovem por todo o lado, sorrisos transparentes como o rir de uma criança, que faz o dia avançar com paladar.
Aí meus poemas que pena tenho deles, se calhar estão confinados a ficarem numa gaveta, para depois um dia uma mulher-a-dias os deitar fora e, sua última morada ser o caixote do lixo?
Não, não, são o meu tesouro,! A minha herança, serão para eles (meus filhos) sentirem o quanto os amei, a minha paixões, angustias, o meu penar e, momentos de amor eterno, eu era a estrela que descia até eles… pai!!! Olha, olha, o pai, pai… momentos que nos fazem amar mais e mais e onde os bens não têm lugar.
Que pena tenho eu dos meus poemas, hoje alguém lhes deu vida ao clama-los, com chama, amor, com doce melancolia, de voz baixa e doce, saboreava cada palavra, cada virgula, com gestos subtis e de elegância para com as palavras, galopando pelas linhas dos meus poemas esquecido do tempo.
Não, não ficaram esquecidos numa gaveta, alguém os fez voar numa sala cheia de paz!
Carlos Ferrer 13/6/08

Eterna Beleza

Hoje a chuva caí intensamente, só e cheio de incertezas mais pareço uma criança assustada.
Pela minha janela olho a chuva que teima em não parar, nem eu quero que ela pare, faz parte da beleza do dia. Chuva que se esmaga na minha janela, desliza sobre os vidros como lágrimas, olho-as como se fossem minhas. A melancolia caí sobre mim o que me assenta perfeitamente.
A nostalgia toma-me de assalto, um regresso ao passado invade-me a mente, momentos, lugares, a natureza da minha infância em campos abertos cobertos de alfazema, seu perfume chega até mim, o sândalo das arvores por donde eu trepava… o que me aconchega e serena, meus olhos brilham como antes quando criança.
Uma música no meu pensamento, que eu não escolhi mas que me agrada, ouço-a com atenção e prazer! Meu olhar contempla a paisagem desolada e bela!
A brisa forte vai despindo as árvores já quase nuas, passam no meu olhar as suas folhas num bailado suave e acrobático, acabando a sua dança na terra molhada, formando tapetes de cor pastel, o que enaltece o meu olhar, repleto de doce e mistério, Espaços de silêncio que tudo me diz.
Bêbado de poesia, numa tarde de eterna beleza.

Carlos Ferrer
10/5/08